Um instrumento nas mãos do Artista
O meu testemunho de vida e de fé caminha passo a passo com a fundação e o desenvolvimento do Movimento dos Focolares. É, talvez, uma experiência um tanto singular.
Quando Deus toma nas mãos uma criatura para fazer surgir uma obra sua na Igreja, a pessoa não sabe o que deverá fazer. É um instrumento. Acredito que esse possa ser o meu caso.
O Movimento que nasceu possui as qualidades típicas de uma obra de Deus: unidade incondicional com a hierarquia da Igreja, fecundidade e difusão desproporcional a qualquer força ou capacidade humana, cruzes, cruzes, cruzes, mas também frutos, frutos, frutos, copiosos frutos.
Em geral os instrumentos de Deus possuem uma característica: a pequenez, a fragilidade. Diz Paulo que “o que é fraqueza no mundo... Deus escolheu... o que não é... a fim de que nenhuma criatura se possa vangloriar diante de Deus” (1Cor 1,27-29). E enquanto o instrumento se movimenta nas mãos de Deus ele o forma, com grande número de procedimentos dolorosos e alegres. É assim que o torna cada vez mais apto ao trabalho que deve desenvolver. Até que, tendo conquistado um profundo conhecimento de si mesmo e uma certa intuição sobre Deus, pode dizer com competência: eu sou nada, Deus é tudo.
Quando tudo começou, em Trento, eu não tinha um programa, não sabia nada. A idéia da Obra estava em Deus, o projeto, no Céu. Foi assim no início. Foi assim no decorrer dos mais de 60 anos de desenvolvimento do Movimento dos Focolares.
Quando Deus toma nas mãos uma criatura para fazer surgir uma obra sua na Igreja, a pessoa não sabe o que deverá fazer. É um instrumento. Acredito que esse possa ser o meu caso.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNvTScMWSi-9mFvtfhVYe9Qp55S6KlhVO4WqvdioNqDtCxFtftMhaIs9LGRO0W9G-BCUNw5gb6VmIJspRvaDTgYKQRVguMdhvD08Sd811CVDzTnzDr-_dT_6qwSKlFAxvyZVlyhhyphenhyphenrgrk/s200/chiara.bmp)
Em geral os instrumentos de Deus possuem uma característica: a pequenez, a fragilidade. Diz Paulo que “o que é fraqueza no mundo... Deus escolheu... o que não é... a fim de que nenhuma criatura se possa vangloriar diante de Deus” (1Cor 1,27-29). E enquanto o instrumento se movimenta nas mãos de Deus ele o forma, com grande número de procedimentos dolorosos e alegres. É assim que o torna cada vez mais apto ao trabalho que deve desenvolver. Até que, tendo conquistado um profundo conhecimento de si mesmo e uma certa intuição sobre Deus, pode dizer com competência: eu sou nada, Deus é tudo.
Quando tudo começou, em Trento, eu não tinha um programa, não sabia nada. A idéia da Obra estava em Deus, o projeto, no Céu. Foi assim no início. Foi assim no decorrer dos mais de 60 anos de desenvolvimento do Movimento dos Focolares.
A primeira intuição
Um indício. Estamos em 1939. Sou convidada a participar de um encontro para estudantes católicas, em Loreto.
Este será o ponto de partida da minha experiência espiritual.
Acompanho o curso, como todas. Mas sempre que posso, durante os intervalos, corro para a Casinha protegida pelo santuário. Não tenho tempo para me perguntar se, como diz a tradição, aquele é historicamente o ambiente que hospedou a Sagrada Família, em Nazaré. Ajoelho-me ao lado da parede escurecida pela fumaça das velas. Não consigo pronunciar nenhuma palavra. Algo de novo e divino me envolve, quase me esmaga.
Com o pensamento contemplo a vida virginal dos três. Então Maria deve ter morado aqui. José deve ter percorrido este quarto daqui para lá. o Menino Jesus, entre eles, viveu neste lugar por anos. Entre estas paredes deve ter ressoado a sua voz de menino... não consigo controlar as lágrimas. Acontece assim a primeira vez. Mas depois, em todos os intervalos do curso, corro novamente para lá. Aquela convivência de virgens, com Jesus entre eles, possui uma atração irresistível.
Chega o último dia. A igreja está repleta de jovens. Assalta-me um pensamento claro, que jamais se cancelará: “Uma fileira de virgens a seguirá”.
Voltando a Trento encontro os meus alunos e o pároco. Ao ver-me feliz ele pergunta: “Você descobriu o seu caminho?” “Sim”, respondo. “O casamento?” “Não”. “O convento?” “Não”. “Você permanecerá virgem vivendo no mundo?” “Não. É um quarto caminho”, concluo. Mas não sabia dizer nada além disso.
Passam-se quatro anos.
Enquanto faço um ato de caridade percebo que Deus me chama a doar-me a ele para sempre. Peço a permissão a um sacerdote e a obtenho. É o dia 7 de dezembro de 1943. A alegria interior é inexplicável, secreta, mas contagiosa. Por vários motivos venho a conhecer outras jovens da minha idade. Elas desejam percorrer o mesmo caminho.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4tS13zfKieyn6qiIWlW5SpHgeYugvQzpfmPHOuBiPVrB5Aw_jbTN6Qin1NRma_hdtPN2nUTv77gRrRYdigSvZSUxrZiLeKIxpiM3zF0C3XQoRaevRX0i-kPmt8x9wvW3-f5OwSuzL_cM/s200/intuicao.bmp)
Acompanho o curso, como todas. Mas sempre que posso, durante os intervalos, corro para a Casinha protegida pelo santuário. Não tenho tempo para me perguntar se, como diz a tradição, aquele é historicamente o ambiente que hospedou a Sagrada Família, em Nazaré. Ajoelho-me ao lado da parede escurecida pela fumaça das velas. Não consigo pronunciar nenhuma palavra. Algo de novo e divino me envolve, quase me esmaga.
Com o pensamento contemplo a vida virginal dos três. Então Maria deve ter morado aqui. José deve ter percorrido este quarto daqui para lá. o Menino Jesus, entre eles, viveu neste lugar por anos. Entre estas paredes deve ter ressoado a sua voz de menino... não consigo controlar as lágrimas. Acontece assim a primeira vez. Mas depois, em todos os intervalos do curso, corro novamente para lá. Aquela convivência de virgens, com Jesus entre eles, possui uma atração irresistível.
Chega o último dia. A igreja está repleta de jovens. Assalta-me um pensamento claro, que jamais se cancelará: “Uma fileira de virgens a seguirá”.
Voltando a Trento encontro os meus alunos e o pároco. Ao ver-me feliz ele pergunta: “Você descobriu o seu caminho?” “Sim”, respondo. “O casamento?” “Não”. “O convento?” “Não”. “Você permanecerá virgem vivendo no mundo?” “Não. É um quarto caminho”, concluo. Mas não sabia dizer nada além disso.
Passam-se quatro anos.
Enquanto faço um ato de caridade percebo que Deus me chama a doar-me a ele para sempre. Peço a permissão a um sacerdote e a obtenho. É o dia 7 de dezembro de 1943. A alegria interior é inexplicável, secreta, mas contagiosa. Por vários motivos venho a conhecer outras jovens da minha idade. Elas desejam percorrer o mesmo caminho.
Deus é amor! A vida se transforma
1944. A guerra se abate sobre Trento. Destruição, ruínas, mortos. Os bombardeios continuam e com eles desaparecem aquelas coisas ou pessoas que constituíam o ideal dos nossos jovens corações. Uma de nós amava a própria casa e ela foi destruída. Uma outra esperava pelo dia de seu casamento, mas o noivo não retornou da guerra. O meu ideal era o estudo, a guerra me impede de freqüentar a universidade.
Cada acontecimento nos toca profundamente. A lição que Deus oferece
por meio das circunstâncias é clara: tudo é vaidade das vaidades. Tudo passa. Aflora uma pergunta: existirá um ideal que não morre, que nenhuma bomba seja capaz de destruir?
Sim, Deus. Em meio à destruição causada pela guerra, conseqüência do ódio, a luz do carisma nos leva a uma compreensão totalmente nova. Como se fosse a primeira vez ficamos extasiadas pela verdade sobre Deus: “Deus é amor” (1Jo 4,8): qualquer circunstância que nos atinge, seja ela alegre, triste ou indiferente, tudo nos parece uma expressão do seu amor. A alegria e a surpresa são tão grandes que não hesitamos em escolher a ele, exatamente a ele, Deus Amor, como ideal da nossa vida. E comunicamos logo, a quem está perto de nós – parentes, amigos – a nossa grande descoberta: “Deus é amor, Deus nos ama, Deus o ama!”.
Cada acontecimento nos toca profundamente. A lição que Deus oferece
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv0I9UgqJIkzsHatEUFOjLc826SDrx83PcN24sqxSLCDFNhECZXmEDKxWanisp7Lz2-ELR1YdhtSeD4wd_qYUQrTaEQEXfrz6UdF8hZR07IUjP98Hu4glImSg6tEIowVzgYItmXwtNVHY/s200/trento.bmp)
Sim, Deus. Em meio à destruição causada pela guerra, conseqüência do ódio, a luz do carisma nos leva a uma compreensão totalmente nova. Como se fosse a primeira vez ficamos extasiadas pela verdade sobre Deus: “Deus é amor” (1Jo 4,8): qualquer circunstância que nos atinge, seja ela alegre, triste ou indiferente, tudo nos parece uma expressão do seu amor. A alegria e a surpresa são tão grandes que não hesitamos em escolher a ele, exatamente a ele, Deus Amor, como ideal da nossa vida. E comunicamos logo, a quem está perto de nós – parentes, amigos – a nossa grande descoberta: “Deus é amor, Deus nos ama, Deus o ama!”.
Como responder ao Amor? Fazer a sua vontade
Os nossos pais fugiram para os vales. Nós ficamos em Trento, algumas por causa do trabalho, outras pelo estudo, e eu para acompanhar o Movimento que estava nascendo. Vamos morar em um apartamento com poucos cômodos, que nós chamamos de “casinha”.
Dia e noite é preciso correr para os refúgios anti-aéreos. Levamos conosco apenas o Evangelho. Encontramos o ideal pelo qual viver. Como responder ao seu amor?
O Evangelho responde: “Nem todo aquele que diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Portanto, nada de pieguices ou sentimentalismo. O que importa é fazer a vontade de Deus. E todos podem vivê-la: é o cartão de acesso à santidade para as massas!
Dia e noite é preciso correr para os refúgios anti-aéreos. Levamos conosco apenas o Evangelho. Encontramos o ideal pelo qual viver. Como responder ao seu amor?
O Evangelho responde: “Nem todo aquele que diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Portanto, nada de pieguices ou sentimentalismo. O que importa é fazer a vontade de Deus. E todos podem vivê-la: é o cartão de acesso à santidade para as massas!
O Evangelho: toda promessa se realiza
Há muito tempo eu já havia colocado os meus livros no sótão. Quando tinha 18 anos o meu único desejo era conhecer Deus. Amava profundamente a filosofia, mas os estudos da escola média não tinham saciado esta minha sede. Quando devia começar o curso superior pensava que se entrasse numa universidade católica talvez encontrasse alguém que me falasse de Deus e me ensinasse quem ele era. Por diversas circunstâncias não foi possível me inscrever nela e por isso chorei amargamente. Mas justamente naquele momento tive a impressão de que, no profundo da alma, alguém me dissesse: “Eu serei eu o seu mestre”.
Hoje, depois de muitos anos, posso afirmar que Aquele que falava foi fiel à sua promessa. E o fez enviando um dom de luz, um carisma do Espírito Santo que iluminou o Evangelho inteiro. Víamos as suas palavras fascinantes, majestosas. Podem ser traduzidas em vida, são luz para todo homem que vem a este mundo e, portanto, são universais. Se forem vividas tudo se transforma: o relacionamento com Deus, com os próximos, com os inimigos. Aquelas palavras dão o devido lugar a todos os valores e levam a deixar de lado tudo, até o pai, a mãe, os irmãos, o próprio trabalho... para colocar Deus no primeiro lugar no coração do homem.
As promessas do Evangelho são extraordinárias: cem vezes mais nesta vida e a vida eterna. Onde está a piedade de pescoço torto, a cantilena de orações vazias, a fé por hábito, o Deus inacessível? Não, esta não é a religião de Jesus. Ele age como Deus. Pelo pouco que damos, ele nos cumula de dons. Estamos sós e nos vemos circundadas por mil mães, mil pais, mil irmãos e irmãs, por uma infinidade de bens que podemos distribuir a quem nada tem. Não existe nenhuma situação humana que não encontre a resposta, explícita ou implícita, naquele pequeno livro que contém palavras de Deus.
Vivemos frases do Evangelho, com um sentido completo, uma de cada vez. Um dia lemos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,19). O próximo. Onde está o próximo? Nós o descobrimos perto de nós, em todas as pessoas atingidas pela guerra, sem roupas, sem casa, famintas e com sede.
“Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fareis”. Em grandes panelas preparamos sopa para levar aos pobres. Muitas vezes eles batem à nossa porta e os convidamos a sentar conosco à mesa: um pobre e uma de nós, um pobre e uma de nós.
O Evangelho garante: “Pedi e recebereis”. Pedimos tudo o que é necessário. E em plena guerra chegam sacos de farinha, caixas de leite e mel, lenha, roupas, para todos os pobres da cidade.
Um dia encontro um pobre: “Preciso de um par de sapatos número 42”. Eu me pergunto: “Em plena guerra, onde vou encontrar um par de sapatos de homem, número 42?”. Passo diante da igreja de Santa Clara e entro, não há nada, apenas uma pequena luz que me diz que Jesus está ali. Digo-lhe: “Jesus, me dê um par de sapatos número 42, para você naquele pobre”. Saio da igreja e vem ao meu encontro uma senhora com um pacote nas mãos: “Chiara, é para os seus pobres”. É um par de sapatos número 42!
O Evangelho é verdadeiro! Esta constatação dá asas ao caminho que acabamos de iniciar. Queremos que o Evangelho seja a única regra do Movimento que está nascendo. O Espírito Santo nos impulsiona a partilhar entre nós as experiências que fazemos e a nossa alegria é imensa. Suscita curiosidade em tempos tão tristes. As novas e arrebatadoras experiências evangélicas passam de boca em boca. Como um eco das palavras dos apóstolos: Cristo ressuscitou. Aqui se proclama: Cristo está vivo!
Entre todas as palavras – a cada mês vivemos uma em especial – o carisma evidencia de modo especial as que se referem explicitamente ao amor evangélico para com o próximo. Um amor sempre novo: é dirigido a todos, pede que cada um tome a iniciativa, é concreto, reconhece e ama Jesus em cada próximo.
Hoje, depois de muitos anos, posso afirmar que Aquele que falava foi fiel à sua promessa. E o fez enviando um dom de luz, um carisma do Espírito Santo que iluminou o Evangelho inteiro. Víamos as suas palavras fascinantes, majestosas. Podem ser traduzidas em vida, são luz para todo homem que vem a este mundo e, portanto, são universais. Se forem vividas tudo se transforma: o relacionamento com Deus, com os próximos, com os inimigos. Aquelas palavras dão o devido lugar a todos os valores e levam a deixar de lado tudo, até o pai, a mãe, os irmãos, o próprio trabalho... para colocar Deus no primeiro lugar no coração do homem.
As promessas do Evangelho são extraordinárias: cem vezes mais nesta vida e a vida eterna. Onde está a piedade de pescoço torto, a cantilena de orações vazias, a fé por hábito, o Deus inacessível? Não, esta não é a religião de Jesus. Ele age como Deus. Pelo pouco que damos, ele nos cumula de dons. Estamos sós e nos vemos circundadas por mil mães, mil pais, mil irmãos e irmãs, por uma infinidade de bens que podemos distribuir a quem nada tem. Não existe nenhuma situação humana que não encontre a resposta, explícita ou implícita, naquele pequeno livro que contém palavras de Deus.
Vivemos frases do Evangelho, com um sentido completo, uma de cada vez. Um dia lemos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,19). O próximo. Onde está o próximo? Nós o descobrimos perto de nós, em todas as pessoas atingidas pela guerra, sem roupas, sem casa, famintas e com sede.
“Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fareis”. Em grandes panelas preparamos sopa para levar aos pobres. Muitas vezes eles batem à nossa porta e os convidamos a sentar conosco à mesa: um pobre e uma de nós, um pobre e uma de nós.
O Evangelho garante: “Pedi e recebereis”. Pedimos tudo o que é necessário. E em plena guerra chegam sacos de farinha, caixas de leite e mel, lenha, roupas, para todos os pobres da cidade.
Um dia encontro um pobre: “Preciso de um par de sapatos número 42”. Eu me pergunto: “Em plena guerra, onde vou encontrar um par de sapatos de homem, número 42?”. Passo diante da igreja de Santa Clara e entro, não há nada, apenas uma pequena luz que me diz que Jesus está ali. Digo-lhe: “Jesus, me dê um par de sapatos número 42, para você naquele pobre”. Saio da igreja e vem ao meu encontro uma senhora com um pacote nas mãos: “Chiara, é para os seus pobres”. É um par de sapatos número 42!
O Evangelho é verdadeiro! Esta constatação dá asas ao caminho que acabamos de iniciar. Queremos que o Evangelho seja a única regra do Movimento que está nascendo. O Espírito Santo nos impulsiona a partilhar entre nós as experiências que fazemos e a nossa alegria é imensa. Suscita curiosidade em tempos tão tristes. As novas e arrebatadoras experiências evangélicas passam de boca em boca. Como um eco das palavras dos apóstolos: Cristo ressuscitou. Aqui se proclama: Cristo está vivo!
Entre todas as palavras – a cada mês vivemos uma em especial – o carisma evidencia de modo especial as que se referem explicitamente ao amor evangélico para com o próximo. Um amor sempre novo: é dirigido a todos, pede que cada um tome a iniciativa, é concreto, reconhece e ama Jesus em cada próximo.
O coração do Evangelho: “Amai-vos como eu vos amei”
O refúgio onde nos abrigamos não é seguro. Estamos sempre diante da morte. Uma outra pergunta nos invade: mas existirá uma vontade de Deus que lhe agrade particularmente? Se morrêssemos queríamos ter colocado em prática justamente aquela, pelo menos nos últimos instantes.
O Evangelho fala de um mandamento novo, que Jesus considera seu: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,12-13). Olhamos umas para as outras – éramos seis ou sete moças – e nos declaramos: “Eu estou pronta a morrer por você”. “Eu estou pronta a morrer por você”. “Eu estou pronta a morrer por você”. Ainda que não nos fosse pedida a vida física, devíamos estar sempre dispostas a morrer, de certo modo anulando-nos espiritualmente diante das irmãs e dos irmãos. A fim de poder compreendê-los e amá-los, partilhando tudo: os poucos bens materiais e os bens espirituais. Foi um pacto solene. Será o alicerce sobre o qual o Movimento inteiro se apoiará.
O Evangelho fala de um mandamento novo, que Jesus considera seu: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,12-13). Olhamos umas para as outras – éramos seis ou sete moças – e nos declaramos: “Eu estou pronta a morrer por você”. “Eu estou pronta a morrer por você”. “Eu estou pronta a morrer por você”. Ainda que não nos fosse pedida a vida física, devíamos estar sempre dispostas a morrer, de certo modo anulando-nos espiritualmente diante das irmãs e dos irmãos. A fim de poder compreendê-los e amá-los, partilhando tudo: os poucos bens materiais e os bens espirituais. Foi um pacto solene. Será o alicerce sobre o qual o Movimento inteiro se apoiará.
Uma Presença que traz luz, alegria, amor...
Mas, uma vez que o amor mútuo é atuado, a nossa vida interior dá um salto de qualidade, percebemos uma nova segurança, uma vontade mais decidida, uma alegria e uma paz que jamais havíamos experimentado, uma plenitude de vida, uma luz abundante. Por que isso acontece? O Evangelho nos responde: “Onde dois ou três estão reunidos no meu nome – isto é, no seu amor, como afirmam os Padres da Igreja – eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Portanto, silenciosamente Jesus tinha se introduzido no nosso grupo, como um irmão invisível! Jamais queremos perdê-lo.
Mais tarde, muito mais tarde, entenderemos: esta é uma reprodução, em germe e sui generis, da casinha de Nazaré. Uma convivência original, de virgens e casados com Jesus entre eles: o focolare. Mas para tê-lo sempre conosco é preciso estar sempre dispostas a amar, até o ponto de morrer umas pelas outras. Se estamos unidas dessa maneira Jesus está espiritualmente e plenamente presente entre nós. Desde então nos empenhamos em renovar sempre o pacto do amor recíproco, de modo a “gerar” – como afirmou Papa Paulo VI – Jesus entre nós. Este é o compromisso constante de todos aqueles que vivem no Movimento.
Mais tarde, muito mais tarde, entenderemos: esta é uma reprodução, em germe e sui generis, da casinha de Nazaré. Uma convivência original, de virgens e casados com Jesus entre eles: o focolare. Mas para tê-lo sempre conosco é preciso estar sempre dispostas a amar, até o ponto de morrer umas pelas outras. Se estamos unidas dessa maneira Jesus está espiritualmente e plenamente presente entre nós. Desde então nos empenhamos em renovar sempre o pacto do amor recíproco, de modo a “gerar” – como afirmou Papa Paulo VI – Jesus entre nós. Este é o compromisso constante de todos aqueles que vivem no Movimento.
“Que todos sejam um”: nascemos para aquela página
Um dia estou com as minhas novas amigas em uma porão escuro, com uma vela acesa e o Evangelho nas mãos. Abrimos e encontramos a oração de Jesus antes de morrer: “Pai... que todos sejam um” (Jo 17,11). É um texto difícil para jovens como nós, mas aquelas palavras parecem se iluminar uma a uma, e colocam no nosso coração a convicção de que nascemos para aquela página do Evangelho, para contribuir para a unidade dos homens com Deus e entre eles, e assim realizar o desígnio de Deus sobre a humanidade.
No dia da festa de Cristo Rei nos reunimos ao redor de um altar. Dizemos a Jesus: “Você sabe como tornar possível a realização da unidade. Nós estamos aqui. Se você quiser, use-nos para este fim”. A liturgia daquele dia nos fascina: “Pede – ela diz – e eu te darei as nações como herança, os confins da terra como propriedade” (Sl 2,8). Pedimos com fé. Deus é onipotente.
Jesus havia dito: “Que sejam um... para que o mundo creia...” (Jo 17,21). Cristo se faz presente na unidade entre os irmãos e o mundo crê. Foi o que aconteceu ao nosso redor. Depois de poucos meses cerca de 500 pessoas de todas as idades, homens e mulheres, de qualquer vocação e de todas as camadas sociais, desejam compartilhar o nosso ideal. Entre nós tudo é colocado em comum, como acontecia entre as primeiras comunidades cristãs.
Nenhum comentário:
Postar um comentário